“Malena (Bárbara Lennie) é uma médica de classe média que
descobre seu bebê nascerá antes do esperado e é orientada por seu obstetra a
viajar para o norte do país sem qualquer explicação para tal. Desesperada, ela
segue o conselho, mas nem imagina o quão perturbadores serão os obstáculos que
encontrará pelo caminho.”
Sinceramente, esta
sinopse apresentada acima foi péssima. Comecei a assistir a este
filme esperando uma coisa e me deparei com algo totalmente diferente.
O filme trata de
Malena, uma médica que está prestes a adotar uma criança. Contudo, para essa
criança nascer, a família exige da médica 10 mil dólares (com um adendo de que o
filme se passa na Argentina, onde a moeda é o peso) e várias outras estipulações
absurdas. E o pior? As instituições que deveriam prezar pelo correto fazem
parte do esquema.
O gosto que fica em nossas bocas depois de assistir a esse filme é amargo. Ele consegue fazer com que você fique revoltado com todos e um pouco depois, sentir pena.
Você sente raiva da
Malena por causa das ações que ela toma ao longo do filme, mas a compreende
também, afinal, ela é uma mãe que quer o seu bebê custe o que custar.
Você sente raiva da
mãe biológica e da família a que ela pertence, mas compreende o porquê de ela
estar dando o bebê e o seu sofrimento ao ter que dá-lo a outra pessoa.
Você sente raiva das
instituições que fazem parte deste esquema de vender a adoção a pais
desesperados e você continua sentindo raiva deles. Sério, para eles não há
compreensão ou perdão.
E no final de tudo
fica aquele aperto no coração. Em que você fica desamparado com o como a vida pode
ser injusta e triste.
O estilo de filmagem me incomodou um pouco. Foi apostado muito em sons ambientes, então não
tem nada de espetacular na trilha sonora.
O diretor apostou em
cenas em que observamos as personagens por longos segundos ou minutos para que
possamos nos inserir em seus sentimentos, mas achei isso desnecessário. O filme se
desenvolveria muito bem sem essas longas cenas e talvez fosse mais confortável
de se assistir com a história apresentada diretamente.
Não que esse filme
seja confortável. Que nem dito antes, ele foi feito para você pensar no
assunto.
E por último:
“La gran tragedia con
que convivimos doctora, es con la miseria. Acá, hay e en todos los lados.”
Achei essa frase do
Doutor Costas ótima. Afinal estamos acostumados a conviver com a tragédia que é
a miséria, a da pobreza e, principalmente, a da alma humana.
Nota: 3
Texto por: Dhuane Monteiro
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