Resenha do livro Conversas entre amigos, de Sally Rooney (Editora Alfaguara)
Pior livro do ano e rezo para nenhum conseguir superá-lo. - Resenha por Dhuane Monteiro
“Conversas entre amigos” nos faz seguir Frances e Bobbi, ex-namoradas que apresentam poemas juntas e assim conhecem Melissa, uma fotógrafa casada com Nick, um ator encantador. Enquanto os quatros se encontravam, Frances, nossa "heroína", se apaixona por Nick, e os dois começam a ter um caso. Aí começa a história.
“Conversas entre amigos” nos faz seguir Frances e Bobbi, ex-namoradas que apresentam poemas juntas e assim conhecem Melissa, uma fotógrafa casada com Nick, um ator encantador. Enquanto os quatros se encontravam, Frances, nossa "heroína", se apaixona por Nick, e os dois começam a ter um caso. Aí começa a história.
Vamos falar sobre o livro. Todos nele são
comunistas. Reclamam da sociedade em que vivem e falam mal de tudo o que a
sociedade pré-estabeleceu para ser saudável. Frances, nossa "heroína", vive da
pensão do pai e vez ou outra reclama do trabalho remunerado.
“É assim que o
privilégio se perpetua, Philip me disse um dia, no escritório. Babacas ricos
como nós que aceitam estágios não remunerados e acabam conseguindo empregos por
isso.
Fale por você, retruquei. Eu nunca
vou ter um emprego.”
Ela começa um caso com Nick e sente a injustiçada
quando descobre que ele ama a mulher ainda. Ela julga a mulher dele o tempo
todo. Ou melhor, ela ama outras pessoas também, mas quer que ele ame exclusivamente ela.
Ela se acha de uma intelectualidade magnífica,
julga as pessoas que não concordam com ela, é contra tudo e todos. Chega a ser
rude com as pessoas que não fazem as coisas do jeito que ela quer.
“Você inventa
histórias para você mesma. Ah, bom, a Bbbi é rica, o Nick é homem, não dá para
magoar essas pessoas. No mínimo são eles que estão a fim de me
magoar e eu estou me defendendo.”
A quote acima é totalmente a Frances, ela se acha a
sofrida e injustiçada. Ela tem tendências suicidas e acaba não despertando
nenhum sentimento de empatia no leitor, porque ela é uma pessoa babaca do começo ao fim e
se sente magoada pelas coisas não acontecerem do jeito que quer.
Bobbi, a ex, é outra que acha que sempre está
certa. Se as pessoas têm opiniões diferentes das dela, ela as humilha com uma
opinião que não nos é mostrada, mas que sempre é dito no livro que tem todo o
embasamento do mundo. Só que, olha que surpresa, com o pouco que ouvimos, já
conseguimos desmascarar alguns argumentos. Ela é egoísta, bem mais que a
Frances, e temos que considerá-la a pessoa mais linda e inteligente que
poderíamos conhecer. E com tudo isso, ainda temos que ler Frances imaginando
Jesus como ela.
“Quando tínhamos
dezesseis anos, pôs um piercing no nariz e começou a fumar. Ninguém gostava
dela. Uma vez foi temporariamente suspensa por escrever “foda-se o patriarcado”
na parede ao lado de uma imagem de Jesus crucificado. Não houve nenhum
sentimento de solidariedade em torno do incidente. Bobby era considerada
exibicionista.”
Outro livro que
só bebendo para aguentar.
Nick é um cara mais velho que Frances. Um gênio que
escolheu ser ator, mas fracassou na profissão. Ama tanto a mulher como Frances
e é super submisso.
Melissa é meio difícil de definir. As ações dela
não agradam, ela é tão ruim quanto Nick, só que mais dominadora.
“Ele gosta de parceiras que assumam plena responsabilidade
por todas suas decisões, só isso. Você não vai conseguir ter uma noção
sustentável de amor-próprio a partir dessa relação. Não tenho dúvida de que
agora você acha a total submissão dele um charme, mas ao decorrer do casamento
ela se torna exaustiva.”
Isso é Melissa falando sobre o Nick.
O livro tenta ser totalmente intelectual, mas acaba
sendo apenas intelectuloide. Claro que isso é na minha opinião, afinal, considero
um livro que fala que a bondade no ser humano não existe, que sentir vergonha da
sua etnia e querer rejeitá-la, só porque se é branco, é normal e deveria passar
pela cabeça de todo mundo. O trabalho? As pessoas diminuem o trabalho toda hora
no livro. Tudo bem não gostar de seu trabalho (afinal é meio difícil gostar
mesmo, rs), mas diminuí-lo? Sentir vergonha por ganhar dinheiro trabalhando? É
inaceitável para mim.
“Meu medo
principal era de que ela entrasse na lanchonete onde eu trabalhava e visse que
eu tinha um emprego. Sempre que uma mulher magra de franja escura cruzava a
porta, eu por reflexo me virava para a máquina de café e fingia vaporizar o
leite. Nos meses anteriores, sentia como se tivesse vislumbrado a possibilidade de uma vida alternativa, a possibilidade de acumular renda apenas por escrever e
falar e me interessar por coisas.”
Eu não sei por que coloquei gatos da sorte na foto,
porque para ter esse livro nas mãos é muito azar.
Outro ponto deste livro é o poliamor. A autora quer passar que o tipo de relação saudável e que deveria ser comum é o poliamor.
Tudo bem, as pessoas acreditam em poliamor? Ótimo. Mas o que a autora faz é uma
coisa tóxica com este tipo de relacionamento. Ninguém que faz parte da relação
está feliz. Frances quer se matar porque divide Nick com a Melissa. Melissa
está revoltada, e claro, nem um pouco feliz. Nick, se você cuspir na cara dele,
tanto fez, tanto faz, mas fica com ciúmes das duas quando elas se relacionam
com outros (as). Bobby é egoísta. Ou seja, não é uma relação saudável. Como a autora
quer mostrar que isso é algo bom e normal e faz uma coisa doente como foi o
caso do relacionamento deste livro? Se vocês querem se basear em um
relacionamento de poliamor, leiam fanfics das suas personagens favoritas. Pelo
menos um fã escreve uma relação saudável e fofa.
E antes de chegar ao poliamor, temos a traição e
como se você ousar julgar os traidores, você é um hipócrita que vive em uma
bolha e nem um pouco antropológico. Desde quando o mundo fez as pessoas ficarem
tão egoístas a ponto de achar anormal alguém não concordar com traição porque
no final alguém sempre sai ferido?
“eu: o
capitalismo se aproveita do “amor” pelo lucro
eu: o amor é a
prática discursiva e o trabalho não remunerado é o efeito
eu: mas, quer
dizer, eu entendo, sou contra o amor como tal”
Está vendo o texto acima? Temos que aguentar
pérolas como essa por quase 270 páginas.
Sim, a autora dá atenção às “barreiras invisíveis
dos aparentemente livres”, mas com isso ela acaba cercando de outros tipos
barreiras os seus personagens, fazendo-os ficarem presos em suas próprias
concepções e egoísmo e fazendo-os intragáveis e intimamente repugnantes.
Nota: Para um livro que conseguiu me dar enxaqueca,
acho que até notas negativas seriam insultadas ao serem utilizadas em uma obra
como essa.
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