Daniel é um homem casado, de imaginação fértil que, ao
conhecer a nova namorada do melhor amigo, se pega fantasiando com ela.
O filme acerta na dosagem de humor, mas estereotipa muito os
personagens, como o homem atraído sexualmente pela namorada do amigo, a esposa ciumenta ou a garota sensual e provocante, e embora esse elemento incomode o público, o
diretor sabe brincar com a situação. Ele faz questão de mostrar o que os
personagens estão pensando ou sonhando, enganando e fazendo o público sempre
questionar o que de fato está acontecendo, e o que é fantasia da mente dos
personagens. Algumas coisas são claramente coisa da cabeça deles, outras
surpreendem, fazendo o humor funcionar de forma equilibrada. Esse elemento, embora seja
usado praticamente o filme inteiro, não fica repetitivo, já que é sempre
apresentado algo novo que sempre pega o público de surpresa.
Além de dirigir, Daniel Auteuil, que protagoniza o
filme, interpreta seu personagem paradoxal, já que ele é o que mais vemos se
divertindo em suas fantasias um tanto inapropriadas, mas quando se mostra a
realidade, ele diverte com seu jeito meio atrapalhado e um pouco sem noção.
Sandrine Kiberlain exagera como a esposa ciumenta,
falando todos os clichês possíveis sobre a nova namorada do amigo de seu marido,
tudo por questões pessoais que ocorreram no passado.
A personagem de Adriana Ugarte e uma mulher sedutora,
atraente sem ser vulgar, que aparentemente tem intenções de se envolver com
Daniel, mas nunca fica bem claro se o que ocorre e real ou não.
Gérard Depardieu está bem, mas é o que menos se
destaca no elenco.
Os diálogos criam um clima cômico que ajuda na questão da
fantasia, onde dois personagens estão conversando sobre um assunto, e logo em
seguida, mostra um deles na situação da conversa de modo um pouco absurdo ou
exagerado. Os diálogos se perdem um pouco quando é mostrado um personagem falando em
um ambiente sozinho, ficando um pouco novelesco.
O humor do filme desaparece totalmente no terceiro ato, transformando-se em uma história de romance proibido com um tom dramático
que quebra o clima.
A outra mulher diverte, surpreende no humor, mas é um filme que se
perde na construção deospersonagens.
NOTA: 6 fantasias em meia realidade. (6/10)
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