Marvin, um filme de Anne Fontaine - Um compassivo estudo de personagem em um drama comovente
Acompanhe a infância e adolescência de Marvin, filho de uma
família pobre em uma aldeia da Picardia, um jovem gay que sofre a rejeição e
humilhação em um local tomado pela homofobia.
Marvin é um filme que aborda a homossexualidade do
protagonista e o bullying que ele sofre, e o medo de se assumir devido a isso.

Anne Fontaine
conduz a direção com excesso de exposição; em vários momentos, vemos claramente
os desejos de Marvin com sequências dele vendo homens seminus com ótimos enquadramentos. No inicio, essas sequências ajudam o público a visualizar o que o personagem sente,
mas a diretora faz questão de mostrar outras sequências parecidas momentos
depois, e isso acaba ficando muito expositivo. Durante o terceiro ato do filme, o protagonista assiste a uma peça com a qual ele acaba se identificando, mostrando
mais uma vez o que já tinha sido mostrado antes no filme com mais descrição e equilíbrio.

As cenas que retratam o bullying do personagem são bem
feitas, elas são fortes a ponto de causar desconforto no publico, mas isso é essencial
para a construção do protagonista, que além de sofrer abusos verbais e físicos na
escola, também tem que aguentar os conflitos de sua família que não sabem
das escolhas de Marvin.
Marvin encontra um jeito de desabafar o que sente através do
teatro, o que lhe dá a liberdade de criar seus próprios monólogos baseados nas discussões
de seu cotidiano em sua casa.
A edição não linear da historia ajuda o público a entender mais
sobre as inspirações e os motivos pelos quais Marvin escreveu o monólogo sobre a sua
vida.

Finnegan Oldfield consegue expressar
os sentimentos de Marvin através do olhar e de suas expressões faciais, assim
como Jules
Porier, que interpreta o personagem ainda criança, enquanto Finnegan é um
homem que já não esconde sua sexualidade, Jules tem medo de se expor para sua família,
sendo que ele era menosprezado por eles, principalmente pelo irmão mais velho,
fazendo com que Marvin tivesse desejos suicidas, como se vê na cena em que o
personagem está imóvel sobre os trilhos de um trem.
Isabelle
Huppert faz uma participação especial como ela mesma. Ela ajuda
Marvin a enfrentar seu passado, dando-lhe esperanças.

Marvin é um filme comovente sobre um assunto que é muito
falado atualmente, mas que acaba se expondo demais.
NOTA: 7 monólogos para desabafar. (7/10)
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