O Último Lance: arte, família e choque de gerações
Olavi
é um velho negociante de arte prestes a se aposentar que vê em um leilão a
oportunidade com que sempre sonhou: comprar por um valor bem abaixo do mercado
um quadro que ele acredita ser de um pintor famoso e depois fazer um bom
negócio na revenda. Só que é uma jogada arriscada. E o faturamento de sua loja
já não anda muito bom. Para complicar ainda mais sua situação, a filha, com
quem tem um relacionamento conturbado, aparece e pede a ele para aceitar o
neto, Otto, como estagiário. Olavi tem, então, a chance de alcançar o ápice de
sua realização profissional e de corrigir seus vacilos com a família. Só que é
necessário fazer escolhas. E tudo tem um preço.
O
longa finlandês aborda a relação entre o mundo da arte e a tecnologia, o antigo
e o novo, e como esses universos aparentemente distintos podem se conciliar. A
mesma relação é espelhada por Olavi e Otto: um apegado à forma tradicional de
consumir e negociar pinturas, o outro mostrando que o digital também tem seu
valor e pode ser usado para enaltecer o antigo e simplificar a vida. Como
esperado, a relação entre avô e neto começa espinhosa, mas acaba por desabrochar
em uma parceria de confiança.
Menos
suaves, porém, são os encontros entre Olavi e sua filha Lea, já que ela tem
motivos de sobra para ressentimentos e não vê com bons olhos a forma como o
negociante de artes usa Otto para atingir seus objetivos comerciais, colocando,
como sempre, seus interesses pessoais e seu ego acima das relações familiares e
dos sentimentos alheios.
“O
último lance” é um filme bem tradicional na forma e no desenvolvimento, mas
isso de modo algum é um demérito. Mensagens positivas são sempre válidas, e a
química entre os atores que interpretam avô e neto é ótima. Uma história
previsível, mas que dá um quentinho no coração.
Nota:
3,5 catálogos de exposição (3,5 de 5)
Estreia:
18 de abril
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