A sombra do pai, novo terror nacional dirigido por Gabriela Amaral de Almeida
No novo terror nacional dirigido por Gabriela Amaral de
Almeida (O Animal Cordial), A sombra do pai, mesmo tendo um estilo diferente do seu trabalho
anterior, a diretora consegue estabelecer bem o clima mais sobrenatural, apresentando
elementos da cultura brasileira relacionados ao gênero do ocultismo, como
simpatia e jogo do copo, e ate mesmo dons além da compreensão humana.
A montagem no inicio do filme é um pouco confusa, devido aos
cortes das trocas de cena, mesmo com a explicação em diálogos sobre o parentesco
e as ocupações dos personagens, o relacionamento entre eles demora um pouco para
se estabelecer, mas quando é estabelecido, o ritmo do filme também começa a
ganhar proporção, ao apresentar mais a personalidade dos personagens, como seus
dons e suas superstições, e de como um traço de um personagem pode afetar ao outro,
seja positivo, com intenção de incentivar, ou negativo, a ponto de despertar medo
e desconforto.
A diretora apresenta o sobrenatural no ritmo do filme aos
poucos, de forma crescente, enquanto o inicio do filme tem um tom mais realista, conforme a história vai se desenvolvendo, o sobrenatural vai ganhando
mais destaque dentro do ritmo, ate tomar conta por completo. Mesmo bem construído,
o ritmo pode ser um pouco lento comparado a O Animal Cordial, a ponto de ser maçante
em algumas cenas, já que algumas subtramas e acontecimentos não apresentam muitas
informações ou não afetam a história principal.
A execução do roteiro pela Gabriela tem grande impacto no
público ao abordar questões que estão relacionadas à nossa realidade, como
morte e suicídio, mostrando bem esses elementos em tela, e, em vez de transformar
essas cenas em algo grandiosamente exagerado, a diretora opta por mostrar esses
elementos de forma simples e realista, o que também choca o público, já que a
morte trágica e inesperada é uma coisa que assusta e que pode ocorrer com
qualquer um.
Entre os atores, quem mais se destaca é a atriz mirim Nina
Medeiros, destacando-se por sua expressividade, com
um olhar de ódio que desperta desconforto no público.
Luciana Paes tem pouco destaque no filme, mas a função de
sua personagem é bem trabalhada ao tentar incentivar o dom da sobrinha,
diferente do pai, vivido por Júlio Machado, que é afastado da filha e que
tenta esquecer o passado, e que tenta mudar a cabeça da filha.
A mixagem de som tem bastantes problemas visíveis,
principalmente quando muda o plano de uma cena para outra e se nota a diferença
da mudança do som ambiente na mesma cena.
A sombra do pai é um terror diferenciado com uma boa
abordagem e com um ritmo bem estabelecido.
NOTA: 7 dentes plantados no jardim.
Trailer:
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