Em Anna - O perigo tem nome, Luc Besson revisita e acerta na renovação do tema das mulheres na espionagem
Com
vários momentos que remontam ao digníssimo La femme Nikita (o original
francês, do próprio Luc Besson, e não seus remakes e adaptações), Anna -
O perigo tem nome, escrito e dirigido por ele mesmo, vem como um
presente embrulhado em reviravoltas, muitos tiros, sangue e girl power.
Anna
tem uma estética diferente de La Femme Nikita, a começar porque a
estética do segundo é meio noir. Sem as tinturas noir de Nikita, com uma
paleta de cores mais em tons pastéis, mas também usando outras paletas no decorrer da trfama e na passagem dos anos, Anna traz uma revitalização no gênero
muito bem-vinda, junto com seus antecessores Atômica e Operação Red Sparrow.
Usando
vários elementos clássicos de filmes de ação das décadas de 1980 e
1990, incçuisve o uso de elementos dos ambientes nas lutas, clássico em vários filme e agora me vem á memória Rajada de fogo, com Brandon Lee, em que ele usa a porta de um armário na luta, entre outras situações como tal, e também já muito bem reapropriados em filmes de ação recentes, como nos filmes de John Wick, Anna
vem para reforçar que nós, mulheres, temos a mesma capacidade de lutar,
bater, atirar, sobreviver, nos virarmos e sairmos por cima de situações
adversas. E, justamente por aquela ilusão, ultrapassada, mas que ainda
persiste, de que somos “o sexo frágil”, Anna, como qualquer mulher
mortal, acaba saindo na frente com vantagem.
Mas
a personagem tem um quê a mais: ela não é só boa nas artes de matar e
enganar, ela é extremamente inteligente. É um ótimo papel feminino. Este é o segundo trabalho da
atriz Sasha Luss, e é a segunda vez em que trabalha com Luc Besson, tendo
antes feito o papel da princesa alienígena Liho-Mihaa em Valerian e a cidade de mil planetas.
Há
também a referência da Matrioska, aquela boneca russa da qual eu já
falei aqui, quando discorri sobre a série Boneca Russa, com a qual a personagem de Anna também se compara, e essa boneca tradicionalmente russa tem, como falei no post, várias metáforas e significados. Não é de hoje que Luc Besson cria personagens femininas fortes, poderosas, incríves. O profissional e La Femme Nikita e Lucy são apenas três exemplos, agora somados a Anna - O perigo tem nome.
Só um lembrete antes de chegar ao veredito e dar nota ao filme: antes de se questionar por que Anna é "invencível", é só prestar atenção no background dela na própria trama, lembrar que é um filme de ficção e se perguntar se você faria o mesmo questionamento se ela fosse um homem. Ah, além disso, o fato de ela ser magra e não parecer forte. Um, aparências enganam. Tive um treinador de Krav Maga magro e bem letal. Dois, agilidade e técnica em luta, o que também aprendi como meu treinador, muitas vezes valem mais do que uma força que a pessoa nem sabe usar. Raramente se questiona por que o homem é "invencível". James Bond, Jack Reacher, tudo bem? Sem misonigia, por favor. Mulheres podem sim, ser muito letais! (The Bride... alguém lembra?)
Ps.: A pergunta que não quer calar: quanto vale sua liberdade? ;)
Nota: 5 vaivéns em flashbacks muito bem montados e editados ~;) (5/5)
Trailer:
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