Mataindios, um confuso filme peruano
Um filme de arte, em sua maior
parte em preto e branco e completamente abstrato, em que não se consegue
compreender para onde o roteiro te leva e o que foi dito nas cenas, que têm poucas frases e interações entre personagens e muito mais simbologias mal
construídas.
O foco maior da câmera é nas
mãos, no laboral, nos objetos de trabalho e os planos abertos reservados para
as cenas onde se tem paisagem.
Um filme em 360 graus que termina
exatamente onde começou, em uma cena em que, apesar de a imagem ser diferente, o
plano é o mesmo, a câmera filma por uma fechadura o que está por detrás dela,
como se observasse o que os moradores daquele pequeno vilarejo fazem.
Os habitantes de uma vila no Peru
organizam um festival em homenagem ao santo padroeiro da cidade que, segundo a
sinopse do filme, tem a finalidade de acabar com a dor causada pelo
desaparecimento de vários parentes, acreditando que se o santo estiver
satisfeito, o local poderá pôr um fim a seus anos de luto.
O filme transita entre festas e
bendições e lamentos, e os moradores cantam “A celebrar-te viemos, a celebra-te
viemos, santo padroeiro, luz da sua bondade nos guiará”. Mas, apesar de toda a
festança da vila, percebemos pelo uso de cores, filtros, da câmera acinzentada,
que a vida deste povoado não caminha com o mesmo ânimo de sua canções e festejos.
Dividido em capítulos como um
livro, o que deixa a história mais lenta, contemplativa, este filme realmente não
consegue vender seu significado ao público, mas mostra fielmente uma menção
religiosa como se a fechadura fosse os olhos de Deus ou deste Santo que eles
contemplam, vigilante e julgador, ou apensas, observador das reações deles
perante os acontecimentos.
Filme visto na 43ª Mostra Internacional de Cinema de São
Paulo
Veja a programação da Mostra aqui.
Texto por: Giovanna Landucci
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Texto por: Giovanna Landucci
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