Seria Hereditário O Exorcista da nova geração?
O novo filme de terror que dizem ser O Exorcista da nova
geração, assusta, mas não supera o clássico de 1973. O filme vai lembrar
bastante A Bruxa, adorado pela crítica, odiado pela maioria do público.
O filme tem um ritmo lento, sem pressa de mostrar o
verdadeiro horror, deixando o público tenso, desconfortável, curioso e com medo
do que está por vir.


O diretor Ari Aster consegue construir o terror através da
atmosfera e dos acontecimentos que ocorrem com os personagens, sem apelar para
o jump scare, ele usa referências de outros filmes do gênero como, o próprio O
Exorcista, A Chave Mestra, sabendo sempre como executá-los sem parecer cópia do
mesmo, uma dessas referências é do filme O Bebê de Rosemary, onde ele usa o
elemento da desconfiança, o público sabe que está acontecendo algo estranho,
mas não sabe o que é, e por que isso está acontecendo, e isso faz com que o
público fique cada vez mais desesperado, com medo de saber a resposta.


O roteiro tem um ótimo trabalho de mise en scène, apresentando aos poucos elementos importantes para o desenvolvimento da historia, constrói um clima de desconforto entre os
personagens devido a acontecimentos do passado que ocorreram entre eles, a uma
cena que ocorre durante um jantar, onde um personagem não olha no rosto do
outro, e um grande desabafo revoltante só faz aumentar ainda mais o
desconforto dos personagens e do público. O filme perde um pouco o ritmo com
uma cena de sonho dentro de um sonho que no início estava interessante.

O filme mexe com elementos espirituais clichês, mas o
roteiro consegue executá-los muito bem, provocando arrepios e sustos. A cena da
sessão espírita é bem feita, mas acaba ficando um pouco cômica no final.
A interpretação dos atores está excelente, com destaque para
Toni Collete, protagonista do filme, que mostra que a
personagem se culpa por vários acontecimentos de sua vida envolvendo a própria
família. Ela é a personagem mais assustada com tudo que está acontecendo, a ponto
de ser perturbador para o público. O filme marca a estreia da atriz Milly
Shapiro, que passa o medo para o público com um som que ela faz com a boca,
além de causar estranheza com um olhar fixo.


O twist é cheio de revelações inesperadas e perturbadoras,
que vai deixar o público aterrorizado.
Hereditário não chega a ser o novo O Exorcista, mas ele é
perturbador, desconfortável, tenebroso, e tudo isso sem o uso de jump scare e
gore, um dos melhores filmes de terror do ano.
NOTA: 8 sustos tenebrosos e meio
Trailer:
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