Guerra Fria, um filme de Pawel Pawlikowski
Durante a Guerra Fria entre a Polônia stalinista e a Paris
boêmia dos anos de 1950, um músico amante da liberdade e uma jovem cantora com
histórias e temperamentos completamente diferentes vivem um amor impossível.
O ritmo do filme é conduzido de acordo com a movimentação
dos personagens, no inicio o ritmo é mais lento e sem ação, mas ao
longo dos ensaios e das apresentações musicais, o ritmo começa a fica um pouco
agitado, mantendo o estilo que o filme quer passar.
O diretor polonês Pawel Pawlikowski (vencedor do Oscar de
melhor filme estrangeiro em 2015 pelo filme Ida) deixa clara sua inspiração dos
filmes de Ingman Bergman em sua obra, principalmente na fotografia e nos
enquadramentos que fazem ótimas referências aos filmes do diretor, com destaque
para Morangos Silvestres (1957), Persona (1966) e O Sétimo Selo (1957). Há uma
cena com um excelente enquadramento envolvendo o protagonista apoiado sobre um espelho
durante uma grande festa que envolve um ótimo trabalho de mise en scène,
mostrando como o personagem se sente naquela situação. Quando Zula está nos
palcos cantando, a câmera faz um
movimento de 360 graus sobre ela, mostrando em volta a reação de admiração do
público ao ouvir sua voz.
Embora o filme se passe durante o inicio da guerra fria, a
guerra em si não é o foco da história, mas o diretor coloca pequenos elementos
da guerra no meio da trama dos personagens, seja mostrando os personagens
fazendo juramentos de lealdade a Stalin, pequenas conversas introduzidas por coadjuvantes
sobre o fortalecimento do partido comunista, entre outros elementos bem
colocados na história.
Há vários saltos no tempo, e cada salto mostra um lugar diferente no
mundo, que não só serve para mostrar o sucesso de Zula, mas também
para mostrar os pequenos efeitos da guerra pelo mundo, com destaque para a Polônia, que é onde vemos a guerra mais concentrada e critica. Os saltos temporais também
servem em algumas cenas como uma solução deus ex machina, mostrando os personagens em uma
situação crítica e, em vez de mostrar o desfecho dessa situação, logo em
seguida corta para mais um salto para alguns anos no futuro, em que tudo já está resolvido,
notando–se a preguiça do roteirista em desenvolver uma solução dos problemas
colocados na trama.

O desfecho, embora não seja mostrado o ato dos protagonistas,
fica bem claro, assim como a atitude deles, que foi bem contada através do dialogo entre os
dois, e o que ocorre no próprio cenário.
Guerra Fria tem uma boa história muito bem contada, mas é
muito direto, esquecendo-se de contar um pouco a trajetória e o desenrolar de alguns eventos.
NOTA: 8 momentos de amor e meio. (8,5/10)
Trailer:
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