O Homem Que Matou Dom Quixote, um filme de Terry Gilliam
Após mais de 25 anos, o diretor Terry Gilliam (ex-integrante do grupo Monty Python) finalmente conseguiu finalizar a produção do longa-metragem baseado na obra de Dom Quixote de la Mancha. Mesmo depois de várias tentativas de fazer este filme, o diretor não finalizou o projeto de qualquer jeito, ele conseguiu terminar o filme mantendo o ânimo, tendo bastante carinho por seu projeto.
Terry opta em usar bastantes locações para construir os
vários cenários do filme, utilizando paisagens e vilarejos de lugares da
Espanha e Portugal que, com a ajuda da fotografia, dão vida ao filme, deixando a
sensação de que o ambiente pertence ao século XVIII, mas a história pertencendo
à atualidade, misturando delicadamente os dois mundos.
O diretor ainda brinca com sua situação, colocando no filme referências aos obstáculos com que ele se deparou ao longo dos anos no protagonista da história que também está tentando fazer um projeto sobre Quixote, e que funciona devido à trajetória do personagem.
O time cômico é bom, muitas vezes vinda do próprio Dom
Quixote, equilibrando bem a loucura e o cômico, e Terry Gilliam também usa
bastante o humor que ele aprendeu com sua convivência com o grupo Monty Python
que é até engraçado, mas não combina com o estilo do filme, como em uma cena
legendada que quebra totalmente a realidade da história, fazendo o público
lembrar que se trata apenas de um filme.
Jonathan Pryce equilibra bem a loucura e a seriedade de Dom Quixote, fazendo o publico acreditar mesmo que ele é o próprio cavaleiro de la Mancha, mas o diretor faz questão de lembrar os espectadores de que ele é apenas um ator que enlouqueceu, interpretando o personagem, colocando personagens secundários que incentivam a loucura do ator, e essa atitude é fraca e não faz muito sentido na trama.
A fotografia usa bastante plano holandês para passar a
sensação de loucura ou delírio de um personagem, seja de Dom Quixote ou não.
Adam Driver se encontra em uma situação bem confusa, o que era para ser uma busca de inspiração para seu novo filme, acaba se tornado uma jornada que mescla realidade com um mundo de fantasia que ele criou em que ele acaba se envolvendo, se tornando o fiel companheiro de Dom Quixote, Sancho Pança.
Os efeitos visuais são bem expositivos e visíveis, mas são pouco usados e acabam não incomodando o espectador, ao contrário dos efeitos práticos, que são bem utilizados.
O filme não chega a ser um marco na carreira de Terry
Gilliam, embora seja divertido em vários aspectos, no qual, infelizmente, várias vezes o diretor
lembra o público de que se trata apenas de um filme.
NOTA: 7 moinhos de
vento (7/10)
Trailer:
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