Quando Margot encontra Margot, um filme de Sophie Fillières
A historia surreal de Quando Margot encontra Margot, que tem uma abordagem interessante, consegue prender a atenção do público em alguns momentos. O filme em si não é
muito dinâmico, a direção de Sophie Fillières, ao conduzir o filme, nos
apresenta uma história famíliar, mas que apresenta algo original à estrutura
desse tipo de trama, que faz com que o filme não caia no básico e no previsível, mas
que também, ao tentar contar a história das duas protagonistas, acaba tendo um
ritmo arrastado e um pouco devagar, dando a sensação de o filme ser mais longo
do que precisava,. Mesmo apresentando as informações em seu devido tempo, o
ritmo acaba atrapalhando a experiência do espectador.


Ao apresentar as duas personagens no início do filme, a
diretora mostra traços de suas personalidades que parecem ser dominantes, mas isso acaba ficando no primeiro ato do filme, e
quando as duas se conhecem, acaba não sendo mais abordado e esses traços
não são mais identificados nelas.


Mesmo com o roteiro apresentando esse problema no ritmo, ele não
entrega todas as informações logo de cara, sendo que muitos dos acontecimentos nem
são explicados, o que não é necessariamente ruim, apenas deixa o surrealismo de
haver um outro eu mais jovem que está prestes a viver tudo que o eu mais velho já
viveu mantido em todo o filme. Outro mérito do roteiro é a abordagem das
protagonistas terem a chance de ajudar uma à outra, principalmente da mais velha
tentar consertar seus erros de quando era mais jovem, o que, mesmo sendo
pouco abordado, ainda tem um peso na história e na construção das personagens.


As atuações das duas protagonistas são convincentes. Sandrine
Kiberlain interpreta uma Margot mais retraída e com alguns arrependimentos
que ela mesma não tinha notado até conhecer a jovem Margot, quando ela vê a
oportunidade de ajudá-la e ajudar a si mesma. Já Agathe Bonitzer é uma
Margot que age muitas vezes no impulso, quase não escuta ninguém, muito diferente
da velha Margot, e fica difícil imaginar que uma seja a versão mais nova ou mais
velha da outra, devido às personalidades distintas delas, e a atuação quase monótona
de Agathe não ajuda na interação entre elas.

A diretora consegue mostrar bem como a convivência entre as
duas Margots as afeta, através das cores que ambas usam. Enquanto a jovem
Margot usa roupas azuis, a velha Margot usa bastante vermelho, e ao longo da
historia fica evidente o quanto uma afetou a outra com a pequena troca de cores
que vai crescendo no percorrer do filme.
Algumas informações importantes apresentadas durante o
segundo ato são totalmente esquecidas durante o terceiro ato pelo próprio roteiro,
o que acaba não tendo tanta importância, e quando o roteiro volta a abordar
rapidamente essas informações, elas se tornam totalmente descartáveis.


O desfecho não é nada de extraordinário, mas é satisfatório,
mostrando a finalidade entre o ocorrido entre as protagonistas.
Mesmo com o ritmo cansativo, o filme ainda consegue agradar.
NOTA: 7 momentos revividos e meio.
Trailer:
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