Shazam! - O melhor filme do universo compartilhado da DC?
Após vários filmes medianos e fracos, o universo
compartilhado da DC finalmente acerta com “Shazam!”, o novo filme desse
universo nos traz uma história com um ritmo mais leve e cômico comparado aos
outros filmes já produzidos. Mesmo que a comédia não seja o gênero predominante do
filme, ela é bem presente em vários momentos durante a trama, não deixando
cair muito para o mais do mesmo da fórmula Marvel, combinando perfeitamente com
o estilo do herói.
O diretor David F. Sandberg (“Annabelle 2” e “Quando
as Luzes se Apagam”) inicialmente nos apresenta um ritmo clichê no primeiro ato
ao apresentar o protagonista, mas que, mesmo ficando apenas no básico, é bem
conduzida ao mostrar principalmente a motivação de Billy, fazendo o público entender
traços de sua personalidade e seu jeito de pensar. As referências nas quais o diretor se inspirou para criar o humor do filme ficam muito óbvias, mas funcionam, dando personalidade própria a essas cenas, e ao mesmo tempo homenageando
esses filmes, o que causa nostalgia para quem reconhece as referências a filmes
como “Quero ser Grande”, “Curtindo a Vida Adoidado” e “Rocky”, e até à própria DC,
mas, mesmo acertando na maioria das vezes, em certo ponto do filme o diretor
acaba deixando essas referências muito expostas e até desnecessárias.
Além do humor bem dosado, o roteiro apresenta uma historia fantástica,
divertida e coerente, mostrando como Billy, ao ganhar seus poderes, aproveita-se ao máximo
deles, se beneficiando em primeiro lugar, e agindo como um super-herói e ajudando as
pessoas em segundo lugar. Mais tarde são apresentadas as consequências de seus
atos de forma orgânica e convincente. O roteiro ainda nos apresenta um subtema familiar
bem forte e presente em sua estrutura, ao mostrar que existem outros tipos de heróis
e que até um pequeno gesto pode fazer toda a diferença na vida alguém. A apresentação
da família adotiva de Billy já destaca bem os traços fortes da personalidade de
cada um, que acabam ganhando mais destaque no terceiro ato.
Billy Batson (Asher Angel) é apresentado como um
garoto introvertido que tem seus próprios objetivos de procurar sua própria família,
mas que se importa com sua família adotiva, mesmo achando que não precisa de
ninguém. Quando Billy se transforma no Shazam (Zachary Levi), sua personalidade
acaba mudando, ele é mais animado, confiante, audacioso e imaturo, convencendo
o público de que ele é um garoto de 14 anos em um corpo de um super-herói, mas que
não convence que se trate do mesmo garoto de 14 anos que nos foi apresentado.
Jack Dylan Grazer rouba a cena toda vez em que
aparece, ele funciona muito bem como alívio cômico, mas o personagem também tem
camadas, não se limitando apenas a um personagem para descontrair o momento
tenso, ele também funciona como uma espécie de mentor para o Shazam, já que seu
personagem é apresentado como um grande fã dos super-heróis como Batman e
Superman. Nota-se um pouco de ciúmes que ele tem de Billy, e que o
roteiro soube bem como mostrar isso de forma verbal, mas sem cair na exposição genérica,
fazendo o espectador entender seu lado em tudo isso.


O confronto final é bem dinâmico, empolgante, inesperado e
super, simplesmente super.
Mesmo com alguns pontos fracos, Shazam definitivamente é o
melhor filme do universo compartilhado da DC.
NOTA: 8 super-heróis imaturos e meio. (8.5/10)
Trailer:
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