Por que o Brasil deixa a desejar no cenário internacional de League of Legends?
Todos os jogadores de lol que
acompanham o competitivo ainda estão incrédulos com a performance do time
brasileiro INTZ no MSI (Mid Season Invitational). O time teve o pior desempenho
brasileiro no campeonato, sendo eliminados com 5 derrotas e 1 vitória. Foi uma
grande surpresa quando o time venceu o Flamengo na final do CBLOL 2019
(Campeonato brasileiro de League of Legends) e isso com certeza fez com que
entrassem no campeonato internacional com grande peso e incerteza.
Não é apenas a INTZ,
infelizmente. Não vemos um bom nível de campeonato no Brasil há muito tempo. No
ano passado, a KaBuM! Esports teve um péssimo desempenho no mundial, perdendo
para um time japonês (cujo servidor é considerado um dos piores, se não o pior, do lol) e, quando os fãs perguntaram indignados como perdemos para o Japão que
possui o pior servidor, o jungler da KaBuM, Ranger, brincou que nosso servidor
aparentemente é o pior.
Falando em nível de
jogo não profissional, a Riot implantou algumas mudanças que acabaram com o
jogo no começo da season. Houve um grande desbalanceamento de PDL e o nível da
soloqueue e filas ranqueadas em geral caiu muito. Além da implantação dos elos
Ferro e Grão-mestre, o elo máximo da md10 foi modificado e isso fez com que
algumas pessoas caíssem direto no elo anterior delas, ganhando uma média de 27
pontos. O resultado foi pessoas subindo ao elo máximo em menos de um mês, alguém
que foi diamante por 3 temporadas indo direto para o mestre com poucos jogos.
Isso poderia ser bom se o nível de jogo fosse incentivado, mas o que aconteceu foi
que os elos altos do jogo viraram uma piada. Pro-players e streamers de alto
nível jogando com jogadores que nunca passaram do diamante 4 e abusaram do bug
de pontos da fila. Resultado? A Riot resetou os elos a partir do mestre. Isso
ainda manteve muita gente no mestre. Mas como isso influencia o cenário
profissional? Bom, é bem óbvio, não?
O diamante brasileiro
seria correspondente ao ouro na Coreia do Sul, que é considerado o melhor
servidor do jogo. Assim, a opção de treino que os profissionais têm em soloq
são pessoas que subiram por um erro do sistema, abaixando seu nível de jogo. Isso pode não ter durado muito tempo, mas precisamos lembrar que League
of Legends é um jogo que se atualiza constantemente. Sempre temos mudanças e
atualizações em itens, campeões e no meta competitivo. Além disso, o Brasil
ainda não investe o suficiente no suporte para esses times, que na grande
maioria não contam com o suporte necessário para se manterem atualizados quanto
ao cenário mundial. Mesmo tentando compensar com os chamados bootcamps, onde os jogadores vão para
outro país jogar no servidor correspondente e aprender sobre o estilo de jogo
deles, ainda precisamos lembrar que o jogo se atualiza rapidamente, o que torna
isso não tão eficiente.
Não é preciso de muito
para ver que o Brasil está deixando muito a desejar no cenário competitivo de LoL. Basta assistir a um jogo do CBLOL e outro da LCK e vemos uma imensa
diferença. Precisamos de investimento e experiência para nos destacar fora do
Brasil e, mais do que tudo, de apoio. Estamos muito acostumados a fazer piadas
de “Brasil HUEHUE”, em que rimos por sermos piores em tudo, rimos de nosso
intelecto, de nosso desenvolvimento, de nosso desempenho. É bom se divertir nas
adversidades? Sim. Mas melhor ainda é termos consciência de que podemos ir tão
longe quanto qualquer um. Basta nos apoiarmos, nos esforçarmos para sermos
melhores. Piadas não duram para sempre. Não vamos mais ser uma piada
internacional. Vamos nos apoiar e incentivar e criar um cenário melhor, on e off-line,
para todos os brasileiros.
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