O professor substituto, um thriller com críticas sociais e um plot twist surpreendente
O filme O professor substituto, que inicialmente parece ser um suspense tenso feito para
prender a atenção do espectador, acaba mostrando mais conteúdo
por trás de toda a historia.
Logo no início, o diretor Sébastien Marnier já começa nos apresentando
o primeiro mistério do suicídio do professor durante a aula, o que, por
consequência, desencadeará os próximos mistérios e desconfianças ao longo da
historia de Pierre (Laurent Lafitte), que durante sua convivência na escola,
vai descobrindo um estranho comportamento em um determinado grupo de alunos de
sua classe e de alguns professores que também lecionam na escola.

O roteiro consegue deixar o público bem intrigado ao
apresentar um novo elemento sobre o comportamento dos alunos que aparentemente
não estão nem um pouco preocupados em saber o que levou o antigo professor deles
a cometer suicídio, mesmo com eles dizendo em vários momentos ao novo professor
que eles o respeitavam muito, causando uma grande incerteza em Pierre e no
público, levando a pensar que eles tiveram algum envolvimento com esse incidente
inesperado.
Durante a metade do segundo ato, o roteiro começa a nos apresentar
outros mistérios que ocorrem com Pierre e que servem para aumentar o suspense, e
muitas dessas informações acabam sendo descartáveis, já que muitas delas são
esquecidas ou não têm conexão direta com a trama principal.

O diretor parece que tenta fazer uma critica sobre a ganância
humana e a destruição do planeta por meio dos alunos, e embora ela seja bem
encaixada na historia, de forma diegética e natural, fica desconexa em meio ao filme, dando a impressão de que esse elemento apresentado é só um
assunto aleatório introduzido na trama.

O clima é bem estabelecido devido ao
modo como a direção trabalhou bem ao construir o suspense com base nas informações
apresentadas pelo roteiro, e o modo como conduziu o espectador a imergir no filme, se colocando na pele do protagonista. Esse clima se perde um
pouco quando elementos sobrenaturais e não realistas quebram o ritmo que já foi construído, levando o público a se questionar sobre o ritmo final que o filme tomará.
A construção de Pierre tem um grande destaque no filme. O ator
Laurent Lafitte entrega uma boa atuação, e junto com a ótima direção de ator, o
personagem é bem apresentado, se mostrando um homem de ambições e determinado
a cumprir com sua obrigação de lecionar para uma classe logo após eles
presenciarem um ato lamentável e inesperado, e aos poucos demonstra sua
preocupação com o comportamento dos alunos dentro e fora da escola. Ao longo
de sua investigação sobre eles, os sentimentos de Pierre se transformam em raiva,
paranoia e desconfiança.

Para aumentar ainda mais o suspense que envolve o
comportamento dos alunos, eles raramente demonstram algum sentimento de alegria,
lamentação, medo, ou piedade e compaixão, e o diretor ainda deixa a situação mais
tensa, trabalhando bem os olhares fixos e desconfortáveis deles, com destaque para as atuações de Adèle Castillon, Victor Bonnel e Leopold Buchsbaum,
que impressionam , desde o comportamento estranho, a postura até a reação deles a certos assuntos delicados.
O plot twist no desfecho é algo totalmente inesperado e surpreendente
que choca por completo, mudando totalmente a perspectiva do filme para o espectador.
NOTA: 8 comportamentos estranhos dos alunos e meio.
Trailer:
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