Um amor impossível, um filme de Catherine Corsini
O primeiro ato de Um amor impossível, um filme de Catherine Corsini, nos mostra inicialmente uma história de amor comum, bem feita por parte da direção, e aparentemente feliz e saudável, apresentando bem os personagens e a visão de vida de cada um deles, além da diferença de classe social que, mesmo sendo totalmente distintas, nunca interferiu no relacionamento do casal, que mesmo sendo bem construída, é um pouco desinteressante, já que é mais do mesmo, mas não demora muito para a diretora estabelecer o início da principal divergência e motivo da maioria das brigas do casal, quando Philippe (Niels Schneider) nega a paternidade de sua filha com Rachel (Virginie Efira). A partir desse conflito, a diretora trabalha bem o desenvolvimento dos personagens junto com sua trajetória dentro da história, desenvolvendo e explorando várias situações e diversos acontecimentos que fazem com o casal não se separe permanentemente, mesmo depois de várias discussões verbalmente violentas.
Em alguns momentos, o roteiro apresenta algumas situações imperdoáveis
vindas de Philippe, causando grandes discussões entre o casal, e, na cena
seguinte, os dois voltam a se relacionar de forma pacifica, ignorando a existência
da briga na cena anterior. A escolha de narrar a história do ponto de vista da
filha do casal, Chantal (interpretada por Jehnny Beth na versão adulta), deixa a história do casal bem equilibrada, não favorecendo o lado de nenhum dos
dois, mesmo com Philippe não tendo um bom caráter. A cada vez em que ele reaparece
na vida de Rachel, ele tem várias atitudes revoltantes e desprezíveis, e o roteiro mostra como Chantal desejava um relacionamento com o pai
ausente, mesmo sabendo desde criança que ele não era uma boa pessoa para sua
mãe, mas que também tinha suas qualidades, mesmo que poucas.
Quando o roteiro entrega algumas informações mais
expositivas, a diretora consegue encaixá-las de forma coerente e orgânica na narrativa. Há momentos em parece que a diretora vai usar Chantal para representar
a reação do público quanto ao comportamento de Rachel e de Philippe dentro do
filme, para também mostrar a sensatez da personagem em relação a esse comportamento,
mas, no final, ela reage de forma totalmente diferente do esperado, o que
irrita um pouco, devido à situação.
O terceiro ato faz bem resolver todos os conflitos e desentendimentos que Chantal teve com sua mãe devido a sua visão de família, mas acaba se alongando um pouco, repetindo a reconciliação que foi bem mostrada na cena anterior, dessa vez deixando tudo mais claro em diálogos de grandes desabafos.
NOTA: 8 decepções amorosas e meia.
Trailer:
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