#momentotelecine – Amizade desfeita 2 – dark web: o que fazer quando o terror está no cotidiano?
Mattias chega em casa depois de um dia típico de trabalho. Ao
ligar seu novo laptop, percebemos algo estranho quando imediatamente ele começa
a deslogar-se de diversas contas de redes sociais, Spotify e e-mails. Fica óbvio que aquele
laptop não pertence a Matt, mas a um tal de Norah C. IV, cujo perfil de
Facebook estava cheio de mensagens de mulheres e contatos aparentemente sexuais.
Ao entrar no Facebook, Matt liga para sua namorada, Amalia, para mostrar o novo
projeto no qual vem trabalhando: um aplicativo chamado Papaya, que traduziria
seus videos no Skype para ASL (American Sign Language, ou Língua de Sinais
Americana).
Apesar de seus esforços, seu projeto apenas frustrou Amalia,
pois seu namorado preferiu encontrar uma nova forma de dizer algo a ela em vez
de uma forma de entendê-la e aprender a língua de sinais. Enquanto é ignorado
por sua namorada e procura entender o motivo pelo qual está recebendo tantas mensagens
estranhas no Facebook, Matt entra em uma chamada conjunta de Skype com seus
amigos para a “noite de jogos”. O terror começa realmente quando Erica Dunne
envia mensagens para Norah e diz que sabe que seu laptop foi roubado e que vai buscá-lo onde o perdeu. Admitindo para seus amigos que ele não comprou seu novo
laptop, Matt começa a navegar pelos arquivos e descobre diversos vídeos
bizarros de pessoas sendo torturadas e uma conta bancária com 10 milhões de
dólares transferidos.
Ao descobrir que uma das garotas dos vídeos havia
desaparecido há pouco tempo e que o dono do laptop havia encontrado a casa de
Amalia, Matt transfere as bitcoins de Noah para sua própria conta, prometendo
devolver o dinheiro quando Amalia e Erica, que havia desaparecido recentemente,
estiverem de volta. É aí que o pesadelo se inicia.
Com a transferência, os administradores percebem que o laptop
de um dos seus foi roubado e começam a fazer “a limpeza”. Um após o outro, seus
amigos são perseguidos e mortos. Como se livrar da morte quando seu assassino
tem acesso a todas as suas informações.
Sempre que um filme retrata casos da deep web (que consiste em páginas de serviços da internet que não
podem ser rastreados e, geralmente, são oferecidos por pessoas com muito
conhecimento em informática e hackers muito talentosos) percebemos o quanto a
mais simples e comum ferramenta de tecnologia que todos possuímos em nossa casa
pode ser crucial para que descubram tudo sobre nós. É cada dia mais comum
oferecermos todos os nossos dados na web sem ao menos sermos requisitados. Qualquer
estranho pode saber qual nossa comida e cor favorita, que tipo de filme
gostamos e que tipo de lugares frequentamos. E não precisam ir muito longe para
descobrir sobre nossa vida: nós oferecemos isso de bandeja, toda nossa
privacidade por um pingo de atenção e curtidas.
Como qualquer ferramenta, as buscas na deep web são feitas para o bem e para o mal. Pornografia ilegal,
assassinos de aluguel e torturadores podem ser encontrados aos montes nos
filmes que retratam a deep web. Para a
infelicidade de Matt, às vezes precisamos cometer apenas um erro para destruir
toda nossa vida.
Esse tipo de filme, com poucos atores, webcam e um cenário
comum são uma grande investida em filmes de terror. Mesmo parecendo uma ideia
preguiçosa e sem muito pensamento anterior, elas trazem cada vez mais a
sensação de veracidade e autenticidade a esses filmes. Pode acontecer conosco,
pode acontecer em nossa webcam enquanto navegamos. A ideia de realidade é a
melhor forma de vender terror e, como tal, o filme cujo investimento foi cerca
de 1 milhão de dólares conseguiu recuperar 11 vezes seu orçamento em
bilheteria!
A atuação dos atores é bem autêntica. Realmente nos sentimos
em um grupo de Skype, jogando com amigos que estão legitimamente assustados com
a possibilidade de, por simples curiosidade, terem suas casas invadidas e
morrerem em seus quartos.
Esse filme recebe 3 de 5 webcams com interferência pelo tempo
de entretenimento oferecido, mas ainda peca um pouco em questão de terror e
legitimidade.
Trailer:
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